BAIXO-RELEVO
colecção azulcobalto 008 | poesia
ISBN 978-989-8592-19-4 | 1ª edição – Fevereiro de 2013
11×15 cm | 40 páginas | 6,45 euros
EXCERTO
«apontadas para a voz do tempo
as paredes da memória
alimentam-se
das sementes da terra
tão detalhada e rigorosamente
como o movimento das pálpebras;
os ossos da voz rasgam o silêncio das palavras
e é no relevo do tacto
que olham e que dizem
como os destinos da vida
se abrigam sob o gesto da morte
numa terra solar
onde as sombras
têm a veemência da luz.» (Arte Poética I)
RECEPÇÃO CRÍTICA / LEITURAS
«A demora conferiu aos poemas uma espécie de serenidade ontológica, a da sobrevivência ao passar do tempo, o mais implacável dos crivos (já o dizia Horácio). Esta é uma poesia discreta, esquiva, felina no modo como segue «o movimento dos pássaros» e das coisas, próxima do «silêncio das palavras» rasgado pelos «ossos da voz», atenta aos «leves acasos que acenam», mas também ansiosa por se misturar com «essas terras de aluvião» em que confluem todas as escritas do passado, de Li Po e Bashô a Camões, Sá de Miranda ou Kavafys.»
José Mário Silva (Atual/Expresso, 23 de Fevereiro de 2013). Texto integral aqui.